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Em um domingo de tempestades, introduzir agulhas de costura em suas
veias, com a cabeça quente, a mão pesada, a mão endoidecida, quando o trovão,
geômetra de zinco, parte em dois o instante. a agulha mais larga que a veia
finíssima. Perder tudo de vista, todas as agulhas , peixes cegos em mar de
tecido conjuntivo. você rindo e chorando de dor e de tédio. o Faustão no mudo .
síncope de relâmpagos mudando a cor das paredes e criando crenças raras . você
conhecia esse meu lado extrovertido, mas eram mantras dúbios e escadas rolantes
vazias as nossas conversas. Eu tinha uma tara esquisita pelo teu maxilar, via
uma flor fossilizada protegida por fibras invisíveis. teu sangue nesse momento
bate boca com o carpete encardido. Lembrei-me do red velvet com ganache branco.
noite fria espichando os gatos. nossa primeira noite de amor. agora, a
tempestade engasgada com os próprios cabelos, nos resta meia garrafa de vodca
ordinária e a garoa lá fora, fincando lembretes para a semana que se inicia.