29/08/2017

Red Velvet

:.  Em um domingo de tempestades, introduzir agulhas de costura em suas veias, com a cabeça quente, a mão pesada, a mão endoidecida, quando o trovão, geômetra de zinco, parte em dois o instante. a agulha mais larga que a veia finíssima. Perder tudo de vista, todas as agulhas , peixes cegos em mar de tecido conjuntivo. você rindo e chorando de dor e de tédio. o Faustão no mudo . síncope de relâmpagos mudando a cor das paredes e criando crenças raras . você conhecia esse meu lado extrovertido, mas eram mantras dúbios e escadas rolantes vazias as nossas conversas. Eu tinha uma tara esquisita pelo teu maxilar, via uma flor fossilizada protegida por fibras invisíveis. teu sangue nesse momento bate boca com o carpete encardido. Lembrei-me do red velvet com ganache branco. noite fria espichando os gatos. nossa primeira noite de amor. agora, a tempestade engasgada com os próprios cabelos, nos resta meia garrafa de vodca ordinária e a garoa lá fora, fincando lembretes para a semana que se inicia.